História
No ano de 2013 ocorreu em Portugal uma reforma da administração local que culminou na união de diversas freguesias. As aldeias de Escalos de Baixo e Mata não fugiram à regra, surgindo, assim, a nova Freguesia de Escalos de Baixo e Mata. Desde então a narrativa é contada na primeira pessoa, mantendo-se, porém, os brasões, os costumes, as tradições e a história de cada uma das aldeias.
Escalos de Baixo
Escalos de Baixo, outrora conhecida por Escalos do Fundo ou Escalos de Jusante, situa-se junto à orla nascente do concelho a que pertence. Circunscrita, a nascente, pela aldeia da Mata, a norte, pelas aldeias de Escalos de Cima e Lousa, e, a noroeste, pela vila de Alcains, a aldeia é delimitada a sudoeste pela sede de concelho e capital de distrito, Castelo Branco, da qual dista aproximadamente 12 km.
Com cerca de 46 km2, o território escalense apresenta a oeste paisagens planas, que descem arrebatadamente até encontrarem, a nascente, o vale do Rio Ponsul. Ao longo do seu percurso, este rio recorta a paisagem conferindo-lhe uma espantosa beleza natural, particularmente, entre a Munheca e Belgais, onde vestígios arqueológicos dão conta da existência de uma exploração mineira de ouro, remontante ao período da romanização.
Do ponto de vista arqueológico salientam-se ainda a estaçăo ao ar livre da Tapada do Poço e as insculturas rupestres do Monte de Săo Luís. As tumulações descobertas na Gândara, na Fonte da Bica e no já referido Monte de S. Luís, assim como, a Casa dos Mouros, situada a escassos quilómetros da povoação, num desfiladeiro conhecido por Barroca do Galhardo, constituem outros indícios históricos que apontam para a possibilidade do território ter sido habitado desde os tempos mais remotos.
Alguns historiadores afirmam mesmo que uma importante via romana passava por Escalos de Baixo. Ao longo dessa via, podemos encontrar a soberba Ponte da Munheca, construída na segunda metade do século XIX, sobre uma outra, possivelmente romana. Segundo os mesmos historiadores, os romanos colocavam marcos ao longo das grandes vias, para confirmar a sua presença e indicar distâncias, e daí o termo Escalos derivar de “In Scallis” (nos marcos).
Uma outra versão indica que Escalos tem origem no vocábulo latino “squaléos”, sinónimo de terrenos esquálidos, ásperos ou incultos. O que não deixa de ser curioso, pois, Escalos de Baixo desde há muito que é sinónimo de terras férteis, susceptíveis de diversas produções, particularmente, azeite, vinho, mel e cortiça. Todavia, os defensores desta tese alegam que na época da Reconquista Cristã já há muito que os terrenos estavam de pousio, provavelmente devido ao êxodo da população durante o período de ocupação árabe.
Assim, pouco se sabe sobre a origem desta aldeia de S. Silvestre, seu padroeiro. Contudo, documentos antigos comprovam a longínqua existência desta povoação. São prova disso mesmo, a carta de doação que D. Afonso II escreveu à Ordem do Templo, em 1214, da antiga Herdade da Cardosa, na qual se faz referência a “Esqualos”. Em 1264, também se encontra mencionada com a designação de “scalos de iusafanos”, na permuta da Lardosa entre D. Joana e os Templários.
Apesar de existirem ainda muitos jovens, Escalos de Baixo apresenta uma população envelhecida. O povoado dispersa-se entre a zona antiga, onde podemos encontrar o património religioso da aldeia, nomeadamente as capelas e a Igreja Matriz, e o emblemático chafariz de duas bicas, construído na primeira metade do séc. XIX, cuja qualidade da água é reconhecida nas redondezas.
Outro atributo natural da região é sem dúvida o Monte de S. Luís, onde podemos observar diversas aves, num cenário quase imaginário. Aí situa-se outra riqueza natural, a Fonte Santa de S. Luís, pequenas termas referenciadas desde o início do séc. XIX, cujo epíteto “santa” se deve à importância das suas águas no tratamento de dermatoses.
Com vastos atributos naturais, Escalos de Baixo sobressai ainda pela produção de queijos e enchidos de qualidade, assim como, materiais em madeira. Contudo, apesar de existir alguma dinâmica empresarial, a mão-de-obra activa trabalha predominantemente em Castelo Branco.
Mata
Situada na margem direita da ribeira de Alpreade, tributário do Rio Ponsul, a aldeia da Mata dista cerca de 16 km de Castelo Branco, sendo confrontada a norte com a Lousa e a sul e a oeste com Escalos de Baixo.
Ocupando uma área de 23,98 km2, a pequena aldeia é fortemente marcada pela presença da oliveira, que, segundo alguns estudiosos, remonta à época da romanização. As descobertas arqueológicas da Fonte da Bica, a cerca de 6 km da aldeia, vieram reforçar a ideia de que os romanos povoaram estas paragens.
Pouco se sabe quanto à formação da aldeia. Porém, o topónimo ”Matta” tem origem no tipo de arborização existente, aquando da fixação dos primeiros povos. Outrora conhecida por Mata de Santa Margarida, sua padroeira, esta aldeia, juntamente com o lugar vizinho de Bacias,
A oliveira sempre desempenhou um papel de relevo, sendo de realçar a grande extensão de olival que ainda hoje povoa estas paragens.
A agricultura e a pastorícia assumem desde sempre lugares de destaque. Possuindo solos de grande fertilidade sobressaem, por um lado, as culturas do azeite, da vinha e da horticultura, e, por outro, a pastorícia, particularmente pelo precioso leite, que por sua vez se transforma em saborosos queijos.
A oliveira sempre teve nesta aldeia um papel de relevo, sendo de realçar as grandes extensões de olival que ainda hoje povoam estas paragens.
Quase toda a atividade económica da Mata gravitava à volta da oliveira.
A presença da oliveira em território nacional remonta, segundo alguns estudiosos, à época do domínio romano.
Heráldica
Escalos de Baixo
Brasão de armas (D.R.III Série nº 139, de 17/06/99)
Escudo de prata, fontanário de negro, lavrado de prata e jorrando água de azul, entre dois ramos de oliveira de verde, frutados de negro; em campanha, ovelha de negro, ungulada e realçada de ouro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “ESCALOS de BAIXO”.
Mata
Brasão de armas (D.R.III Série nº 11, de 14/01/02)
Escudo de prata, dragão alado de vermelho, realçado de ouro e, em orla, um ramo de silva, de verde, frutado de vermelho. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «MATA – CASTELO BRANCO».
Bandeira
Bandeira verde. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.
Bandeira
Bandeira vermelha. Cordão e borlas de prata e vermelho. Haste e lança de ouro.
Mapa de Localização
Escalos de Baixo
Mata
Dado Estatísticos
Ano | Habitantes |
---|---|
1732 | 422 |
1864 | 1008 |
1878 | 1047 |
1890 | 993 |
1900 | 1161 |
1911 | 1370 |
1920 | 1316 |
1930 | 1506 |
1940 | 1511 |
1950 | 1646 |
1960 | 1649 |
1970 | 1111 |
1981 | 1084 |
1991 | 1059 |
2001 | 946 |
2011 | 746 |
N.º de habitantes =746 (Censos 2011)
N.ª de Eleitores = 722 (Cadernos Eleitorais 2015)
Ano | Nº Habitantes |
---|---|
1732 | 95 |
1864 | 354 |
1878 | 406 |
1890 | 502 |
1900 | 407 |
1911 | 716 |
1920 | 745 |
1930 | 885 |
1940 | 988 |
1950 | 1080 |
1960 | 1132 |
1970 | 665 |
1981 | 681 |
1991 | 623 |
2001 | 590 |
2011 | 470 |
N.º de Habitantes = 470 (Censos 2011)
N.º de Eleitores = 454 (Cadernos Eleitorais 2015)